Práticas de monitoramento e avaliação
É assim que o conhecimento dos resultados e a sistematização das práticas concorre para a aprendizagem, para o fortalecimento organizacional e para a melhoria das práticas implementadas pelo ISP.
Entretanto, sabe-se que a prática avaliativa demanda diferentes recursos para sua execução, como tempo, capacidade e investimento financeiro. Este capítulo busca adensar a análise e, além de identificar quem avalia, trazer informações sobre motivações, objetos e desafios da prática avaliativa. Propõe-se, ainda, a olhar os tipos de informação que as organizações costumam divulgar e para quais públicos.
Avaliação de iniciativas
Consiste em processos dedicados a mensurar resultados e impactos de programas e projetos específicos do investidor social, como de projetos próprios implementados em uma comunidade atendida.
Avaliação institucional
Consiste em processos avaliativos referentes a aspectos institucionais do investidor social, como acompanhamento e análise do alinhamento de projetos e de seus resultados com direcionadores estratégicos da organização (missão, visão, propósito, objetivos etc.), avaliação de processos de gestão internos.
O Censo GIFE 2022-2023 classifica as organizações em três grupos conforme o volume de investimento anual: um grupo que investe até 10 milhões de reais (73 organizações ou 54%); um grupo intermediário, que investe de 10 a 50 milhões de reais (41 organizações ou 31%); e, por fim, um grupo que investe valores superiores a 50 milhões de reais (20 organizações ou 15%).
A avaliação regular de iniciativas é feita por 75% dos associados respondentes do Censo. Considerando as três últimas edições do Censo GIFE, entre 2018 e 2022 foi observada uma queda de 5 pontos percentuais nesse universo. Do mesmo modo, a avaliação institucional é realizada por 53% das organizações e, entre 2018 e 2022, houve queda de 9 pontos percentuais na declaração dessa prática.
GRÁFICO 6.1 – ORGANIZAÇÕES, POR REALIZAÇÃO DE AVALIAÇÃO DE INICIATIVAS E INSTITUCIONAL, 2018-2022
A avaliação de iniciativas é mais praticada por Independentes (83%), seguidos por Familiares (80%), Empresas (73%) e Empresariais (71%). À exceção de Familiares, todos os demais perfis apresentaram queda na prática de avaliar iniciativas desde a última edição do Censo GIFE. As mais expressivas são observadas para Independentes e Empresariais, ambos com queda de 12 pontos percentuais, seguidos de Empresas, com queda de 7 pontos percentuais.
GRÁFICO 6.2 – ORGANIZAÇÕES, POR REALIZAÇÃO DE AVALIAÇÃO DE INICIATIVAS, POR TIPO DE INVESTIDOR, 2020-2022
Em iniciativas de terceiros, ou seja, de OSC apoiadas pelo ISP, os relatórios enviados pelas próprias OSC são a principal forma de monitoramento utilizada, opção apontada por 58% do total das 103 organizações que avaliam iniciativas e, também, a maioria em todos os tipos de investidor, com destaque para Empresas e Empresariais com 64% e 63%,respectivamente.
Dentre os tipos de investidor, Empresas (55%) são as que mais apontam realizar a avaliação direta ou a contratação de uma consultoria externa para acompanhar e avaliar as OSC, enquanto apenas 13% de Independentes lançam mão dessa estratégia.
GRÁFICO 6.3 – ORGANIZAÇÕES QUE MONITORAM E/OU AVALIAM INICIATIVAS DE TERCEIROS, POR FORMAS UTILIZADAS, TOTAL E POR TIPO DE INVESTIDOR, 2022
Quanto à estrutura para se desempenhar avaliações, 45% das organizações contam com área ou algum profissional específico para isso. E metade das organizações (50%) manifestaram ter recurso regular no orçamento geral para realizá-las.
Independentes constitui o perfil que aparenta ter mais estrutura para realizar avaliações (66%), enquanto os Familiares aparecem com percentual mais distante (40%).
As organizações indicam que “identificar claramente as contribuições da iniciativa”, “aprender e orientar tomadas de decisão internas” e “gerar aprendizagem para a organização” são os três objetivos mais importantes das avaliações, cada um indicado por 98% dos respondentes.