Já há alguns anos o GIFE vem buscando identificar de que forma o setor se relaciona com as políticas públicas, pois 81% das organizações mantêm algum tipo de estratégia de alinhamento com elas. E, tal como verificado no Censo GIFE 2018, nesta edição a principal forma pela qual isso acontece é ao considerar políticas públicas setoriais, ou dirigidas a segmentos populacionais específicos, como referência para a estruturação de iniciativas próprias ou de terceiros (67%). Essa perspectiva, de usar políticas públicas como orientadoras estratégicas para iniciativas sociais e ambientais, é a principal motivação para alinhamento de Empresas (55%) e Empresariais (72%).

Já as Familiares tendem a fazer a aproximação por meio da produção de conhecimento para auxílio à gestão ou elaboração de políticas públicas (78%), potencialmente subsidiando gestores públicos com materiais de referência em temas da agenda pública. Para Independentes, a estratégia mais adotada diz respeito à disseminação de políticas e dados produzidos e sistematizados pelo poder público (65%), caracterizando uma atuação de valorização das informações que órgãos oficiais geram e compilam.

Ações de advocacy em políticas públicas são mais exercidas por Familiares (74%) e Independentes (61%), denotando uma menor exposição a esse tipo de abordagem por Empresas e Empresariais.

No geral, Familiares são as organizações que atuam com presença significativa em uma gama maior de estratégias, diversificando suas formas de conexão com o setor público.

GRÁFICO 7.4 – ORGANIZAÇÕES, POR TIPO DE ALINHAMENTO COM POLÍTICAS PÚBLICAS, TOTAL E POR TIPO DE INVESTIDOR, 2022

Das organizações respondentes, 41% atuam em todos os níveis federativos (federal, estadual e municipal). Considerando a atuação em esferas únicas, o nível municipal é o que se sobressai (16%) e o estadual é o menos comum (5%).

GRÁFICO 7.5 – ORGANIZAÇÕES, POR ALINHAMENTO COM NÍVEIS FEDERATIVOS, 2022

Por fim, dentre os investidores sociais que adotam estratégias de aproximação com as políticas públicas, 81% afirmam enfrentar dificuldades ao implementá-las, sendo Empresariais os que mais declaram tê-las (87%).

As barreiras relacionam-se a: “dificuldade de concretizar parcerias e executar iniciativas devido à forma de funcionamento do poder público” (46%), percebida com maior ênfase por Independentes (52%); e “descontinuidade nas iniciativas devido a mudanças políticas” (41%), percebida com maior ênfase por Empresariais (52%).

GRÁFICO 7.6 – ORGANIZAÇÕES, POR PRINCIPAIS DIFICULDADES NA APROXIMAÇÃO COM POLÍTICAS PÚBLICAS, TOTAL E POR TIPO DE INVESTIDOR, 2022