Composição dos conselhos por gênero

Direcionando o olhar para a composição dos conselhos a partir de parâmetros de diversidade de gênero, tem-se que o percentual de mulheres passou de 27% em 2014 para 34% em 2022. Entretanto, tomando em conta os números absolutos, houve redução – antes, elas totalizavam 311 e, agora, são 307. 

Nesse aspecto, 2016 foi um ano de inflexão, em função de uma significativa redução do número médio de conselheiros. Por isso, por mais que a quantidade de mulheres tenha se mantido praticamente estável entre 2014 e 2022, uma grande queda no número de homens nos conselhos (de 830 para 594, entre 2014 e 2022) explica o aumento relativo na representatividade de mulheres, sem alteração significativa no número absoluto.

Considerando o ritmo de variação na composição dos conselhos deliberativos observado nos últimos anos, levará quase 20 anos para que exista a mesma quantidade de homens e mulheres como conselheiros.

Desde a edição de 2020, o Censo GIFE passou a coletar o número de conselheiros que se identificam como não binários: em 2020 eram duas organizações com oito membros e, nesta edição, há apenas uma organização com cinco representantes, o que corresponde a 1% do total em ambas condições

GRÁFICO 5.3 – CONSELHEIROS, POR GÊNERO, 2014-2022

PROJETANDO-SE ADIANTE LINEARMENTE O RITMO VERIFICADO NA SÉRIE, SÓ EM 2042 SERÁ ALCANÇADA PARIDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NOS CONSELHOS.


Ao se considerar o gênero em relação à composição do conselho de cada organização (e não frente ao universo total de conselheiros sinalizados por todos os institutos e fundações respondentes), tem-se que 68% das organizações têm maior participação de homens, apenas 22% com a maioria de mulheres e 10% com composição paritária de gênero. Ainda que aquém do ideal, tais números apontam para um avanço, pois em 2014 apenas 16% dos conselhos eram paritários ou tinham maioria de mulheres.

O percentual de conselhos compostos exclusivamente por homens caiu de 14%, em 2015, para 9% em 2023. Porém, de 2020 para 2022, o número absoluto de organizações com conselhos com composição exclusiva de homens segue o mesmo (nove).

Conforme destacado no início deste capítulo, 89% dos Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos contam com instância de conselho deliberativo, o que significa que quase três quartos do recurso investido pelo ISP, no universo amostral, foi discutido, aprovado e tem sua execução monitorada por essa instância.

GRÁFICO 5.4 – ORGANIZAÇÕES, POR PARIDADE DE GÊNERO NO CONSELHO DELIBERATIVO, 2014-2022

Os conselhos que contam com maior participação de mulheres ou que têm composição paritária de gênero correspondem a 32%, considerando os dados de 2022. Porém, no mesmo ano, o volume de recursos sob os quais eles têm poder decisório equivale a apenas 12% do total movimentado por Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos que têm conselho deliberativo. Apesar de baixo, o percentual era ainda menor em anos anteriores. 

A análise por faixas de valor anual investido identifica que, nos Institutos e Fundações com dotação superior a 50 milhões de reais, a participação de mulheres em conselhos deliberativos é pequena: de 15 organizações, apenas uma conta com conselho deliberativo paritário ou com participação maior de mulheres.

GRÁFICO 5.5 – VOLUME DE RECURSOS INVESTIDO, POR PARIDADE DE GÊNERO DO CONSELHO DELIBERATIVO, 2014-2022, EM R$ MILHÕES





Perguntas relacionadas

2.1.a Como era composto esse conselho do ponto de vista de vínculo e gênero dos seus membros em 2022?
2.1.b Como é composto esse conselho do ponto de vista de cor/ raça?
2.1.c Existem políticas para promover, ampliar e/ ou assegurar a diversidade no conselho deliberativo?
2.1.d Existem metas para promover, ampliar e/ ou assegurar a diversidade no conselho deliberativo?
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