Composição dos conselhos por raça
A perspectiva de equidade racial aponta um cenário ainda mais desafiador do que o exposto para o marcador de gênero. O percentual de conselhos deliberativos que contam com pessoas negras (pretas e pardas) entre seus membros apresentou aumento na série histórica e passou de 19%, em 2016, para 26% em 2022.
Todavia, nesta edição houve queda no indicador, tanto em número absoluto quanto em percentual em relação à edição anterior.
Em 2020, 32%, isto é, 33 organizações contavam com pessoas negras em seus conselhos. Em 2022, 26%, ou seja, 27 organizações declaram contar com pessoas negras na composição dessa instância — decréscimo de 6 pontos percentuais. Assim, considerando o ritmo observado de 2016 a 2022, poderá levar mais de 60 anos para que todas as organizações declarem ao menos uma pessoa negra na composição de seus conselhos deliberativos. Em relação ao alcance da paridade racial entre conselheiros, não é possível estimar, uma vez que esta é a primeira edição em que o Censo GIFE coleta o número absoluto de conselheiros por cor/raça – antes era identificada somente sua presença. Por fim, apenas 4% dos conselhos deliberativos têm maioria de pessoas não brancas.
GRÁFICO 5.7 – ORGANIZAÇÕES, POR PRESENÇA RACIAL NO CONSELHO DELIBERATIVO, 2016-2022
Considerando o número total de conselheiros e identificando-os por cor/ raça, no Censo GIFE 2022-2023 tem-se que apenas 7% são negros (pretos e pardos), enquanto 92% são brancos. Os Independentes destacam-se com conselhos compostos por 13% de pessoas negras (pretas e pardas), enquanto os Empresariais contam com apenas 4%. Pessoas negras e/ou indígenas estão presentes em 26% dos conselhos deliberativos, considerando os dados de 2022. Porém, o volume de recursos sob os quais têm poder decisório equivale a apenas 17% do total movimentado por Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos com conselho deliberativo.
GRÁFICO 5.8 – CONSELHEIROS, POR COR/RAÇA, TOTAL E POR TIPO DE INVESTIDOR, 2022
GRÁFICO 5.9 – ORGANIZAÇÕES, POR PRESENÇA DE PESSOAS NEGRAS OU INDÍGENAS NOS CONSELHOS DELIBERATIVOS, TOTAL E POR TIPO DE INVESTIDOR, 2022