Investidores sociais privados são Empresas, Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos que mobilizam e investem recursos privados, voluntariamente, de forma planejada, monitorada e sistemática para iniciativas sociais, ambientais, científicas e culturais de interesse público. Abrangem tanto organizações que captam recursos e os repassam para terceiros, ou que têm esses recursos e doam/ repassam para terceiros; quanto, ainda, organizações que possuem recursos e desenvolvem e executam suas próprias iniciativas.

Os Independentes têm, historicamente, ampliado sua participação no Censo GIFE. Entre 2014 e 2022, o aumento foi da ordem de 107%, sendo que de 2020 para 2022 ocorreu o crescimento mais expressivo (53%).

R$ 4.8 bilhões de reais foi o valor total investido (crescimento de cerca de 20% em relação ao período pré-pandemia). O valor total investido em 2022 superou a previsão dos investidores sociais em 20%, rompendo com o patamar de 4 bilhões de reais pré-covid-19. A queda do total investido pelo ISP de 2020 para 2022 ocorreu, essencialmente, por conta da redução do valor investido pelas organizações que têm faixa de investimento superior a 50 milhões de reais anuais, a variação negativa foi de 1,3 bilhão de reais. Institutos e fundações empresariais são os investidores responsáveis pela maior parte do volume de investimento (52%).

Mesmo com queda de 5p.p. entre 2020 (51%) e 2022 (46%), as empresas mantenedoras seguem como as principais fontes dos recursos do ISP. Os rendimentos de fundo patrimonial (endowment) próprio das organizações são responsáveis por 29% do volume de investimento reportado de 2022.

Exceção feita a 2020, que capturou os efeitos da pandemia no setor, o ano de 2022 é o período em que a diferença entre o investimento dos recursos em iniciativas próprias e o repasse de recursos para terceiros apresenta a menor diferença da série histórica, 7 pontos percentuais

Há três edições que as empresas mantenedoras e os endowments compreendem cerca de três quartos do investimento social total do Censo GIFE.

Em valores absolutos, o montante investido pelas organizações por meio da utilização de incentivos fiscais em 2022 foi inferior ao de 2020 (queda de 14%). Entretanto, como percentual do volume total de investimentos realizados em 2022, a participação de incentivos fiscais se manteve estável.

Com exceção de 2020, que foi atípico por conta da pandemia, 2022 foi o ano em que a diferença entre o investimento total dos recursos das organizações em iniciativas próprias e repasse para terceiros apresentou a menor diferença da série histórica, 7 pontos percentuais (em 2016 houve a maior diferença, chegando a 39 pontos percentuais).

Ao considerarmos o total de organizações, temos que a atuação mais executora apresentou queda mais expressiva de 2020 para 2022 (menos 7 pontos percentuais), que se refletiu na atuação mais financiadora, que registrou aumento (mais 6 pontos percentuais).

A atuação mais executora apresentou queda mais expressiva na série histórica (-7%), enquanto a mais financiadora apresentou considerável aumento (6%). A edição de 2022 registra a menor diferença entre o perfil mais executor e mais financiador, de apenas 12 p.p.

O ano de 2022 é o período em que a diferença entre o investimento dos recursos em iniciativas próprias e o repasse de recursos para terceiros apresentou a menor diferença da série histórica, 7 pontos percentuais (em 2016, a diferença foi máxima, chegando a 39 pontos percentuais).

49% das organizações tiveram algum tipo de envolvimento com o campo de negócios de impacto, uma queda de 7 pontos percentuais em relação a 2020.

Somadas, educação (formal e não formal), cultura e saúde abarcam 57% do total investido pelas organizações.

89% dos Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Empresariais, Familiares e Independentes contam com conselho deliberativo constituído. A diversidade na composição dos conselhos se mantem enquanto um desafio, a população feminina e negra ainda segue sub-representada - por exemplo, caiu o número de organizações que declararam contar com a presença de pessoas negras em seus conselhos deliberativos. Em 2020 eram 33 organizações (32%), em 2022 são 27 (26%). E conselhos deliberativos paritários ou com participação maior de mulheres discutem, aprovam e monitoram apenas 12% dos recursos investidos.

75% dos associados realizam avaliação regular de suas iniciativas e, apenas 53% implementam práticas de avaliação institucional.

Os ODS com os quais os investidores sociais mais se veem alinhados são: Educação de qualidade (68%); Redução das desigualdades (60%); Trabalho decente e crescimento econômico (58%) e Igualdade de gênero (43%).