Gestão de riscos

Uma das importantes dimensões da governança das organizações diz respeito à gestão de riscos e ao gerenciamento de crises, que contribuem de maneira importante para a sustentabilidade e a longevidade institucional. Os riscos podem ser de natureza operacional, financeira, regulatória, estratégica, tecnológica, sistêmica, social e ambiental e devem ser gerenciados para subsidiar a tomada de decisão pelos administradores. A gestão de riscos constitui, portanto, princípio fundamental para a sustentabilidade das organizações*.

*Fonte: IBGC. Código das melhores práticas de governança corporativa. 5.ed. Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. São Paulo, SP: IBGC, 2015, p. 91.


GESTÃO DE RISCOS PODE SER MAIS BEM TRABALHADA POR INVESTIDORES SOCIAIS

Pela primeira vez, o Censo GIFE abordou o tema de gestão de riscos. Quando perguntados a respeito da estrutura para a gestão de riscos oriundos de sua própria atuação, apenas 36% dos respondentes afirmaram contar com diretrizes e políticas que orientam o processo de tomada de decisão e 44% mencionaram identificar periodicamente riscos potenciais e utilizar ocasionalmente esse conhecimento em processos de tomada de decisão, o que sinaliza uma oportunidade de aprofundamento dessa agenda junto às organizações.

Gráfico 22: Organizações por práticas de gestão de risco


A proporção de respondentes que desconhece a estratégia de gerenciamento de riscos na empresa mantenedora corresponde a 23%, sendo superior à parcela de organizações que se envolve nessa agenda junto às empresas mantenedoras (20%). Outros 6% não sabem responder sobre a relação da organização com a estratégia de gestão de risco das respectivas empresas mantenedoras.

Gráfico 23: Organizações por envolvimento nas práticas de gestão de riscos nas empresas mantenedoras*


Quando o assunto é gestão de crises, quase metade das organizações (44%) adota medidas de mitigação quanto aos danos causados por uma situação de crise de forma reativa, sem um plano formal. Outros 27% contam com princípios e diretrizes formais relacionadas a processos de prevenção e gerenciamento de crises. Apenas 16% têm um plano de gerenciamento de crises estruturado.

Gráfico 24: Organizações por práticas de gerenciamento de crises


INVESTIDORES SOCIAIS SÃO MAIS ENVOLVIDOS NO GERENCIAMENTO DE CRISES DO QUE NA GESTÃO DE RISCOS DAS EMPRESAS MANTENEDORAS

Enquanto apenas 20% dos respondentes se envolve na gestão de riscos das empresas mantenedoras, uma proporção maior de organizações (33%) participa de alguma forma do gerenciamento de crises e emergências ligadas ao negócio dessas empresas. Esses dados podem sugerir que os investidores sociais são mais convocados a participar da construção de soluções para lidar com situações de emergência do que para prevenir sua ocorrência de forma mais estruturada.

Gráfico 25: Organizações por envolvimento no gerenciamento de crises das empresas mantenedoras*


Poucos investidores sociais tiveram que lidar com alguma situação de crise oriunda de sua própria atuação nos últimos anos. Do conjunto de 133 respondentes, as ocorrências mais comuns dizem respeito a repercussões negativas de alguma iniciativa, ação ou serviço na opinião pública, especialmente nas redes sociais (15 casos); impactos de iniciativas, produtos ou serviços (10 casos); falhas de segurança em TI ou ataques cibernéticos (6 casos); e má conduta/ conduta antiética de funcionários, colaboradores ou parceiros (5 casos), sendo a maior parte delas sem repercussão pública ou apenas com repercussão local. As situações de crise nas empresas mantenedoras foram um pouco mais comuns, sendo mais recorrente a repercussão negativa de alguma iniciativa, ação ou serviço na opinião pública (16 casos).

Gráfico 26: Organizações por tipos de crises originadas de sua atuação e das empresas mantenedoras nos últimos três anos*



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