Inovação e escala
INOVAÇÃO É AMPLAMENTE INCORPORADA PELOS INVESTIDORES SOCIAIS
Pela primeira vez, o Censo GIFE investigou a relação dos respondentes com o tema da inovação.
Gráfico 20: Organizações por práticas inovadoras incorporadas na atuação
Gráfico 21: Organizações por práticas inovadoras incorporadas na gestão
RECURSOS TECNOLÓGICOS SÃO ADOTADOS DE DIFERENTES FORMAS
Embora a inovação social prescinda do componente tecnológico ou digital para acontecer, é notório que essas ferramentas têm apoiado processos inovadores em instituições públicas e privadas mundo afora. O Censo GIFE 2018 buscou apurar se recursos tecnológicos ou digitais – por exemplo big data, inteligência artificial, application programming interface (API), internet das coisas, robótica – são incorporados na inovação realizada pelas organizações.
Verificou-se que a adoção de recursos tecnológicos ou digitais está disseminada entre as organizações que incorporam práticas de inovação, estando presente em 86% dos respondentes que entendem a inovação como uma de suas áreas de atuação, em 67% dos investidores sociais que têm como objetivo apoiar, desenvolver ou testar soluções inovadoras e em 64% daqueles que adotam a inovação nas práticas internas. Dentre os respondentes que inovam no tema de mobilização de recursos e financiamento de iniciativas, 62% contam com recursos tecnológicos ou digitais para fazê-lo. O mesmo vale para 61% das organizações que inovam na construção de soluções para os problemas por elas enfocados.
Gráfico 22: Organizações que incorporam práticas inovadoras por utilização de recursos tecnológicos
O potencial de escala dos projetos ou programas é outra dimensão fundamental do investimento social privado, pois garante que experiências bem-sucedidas realizadas numa escala menor sejam ampliadas para beneficiar um maior número de pessoas. Segundo Larry Cooley e Richard Kohl*, o ganho de escala não depende apenas do aporte de recursos financeiros, mas de um planejamento que deve partir desde o esboço do projeto ou programa, considerando ao menos três pontos importantes: que tipo de esfera o projeto ou programa pretende alcançar (municipal, estadual ou federal); quais metas devem ser perseguidas (alcance, impacto, custo etc.); e quais são as condições de ampliar o projeto ou programa e operá-lo.
*Fonte: COOLEY, L.; KOHL, R. 2006. Scaling up: from vision to large-scale change. Disponível em: https://www.strategyandscale.com/library. Acesso em: out. 2019.
O Censo GIFE trouxe a questão da escala do investimento social em suas edições anteriores nas questões sobre alinhamento às políticas públicas, parcerias realizadas e alinhamento às agendas dos ODS. Nesta edição, as organizações respondentes tiveram a oportunidade de refletir sobre a presença da visão de escala em seus projetos ou programas.
ORGANIZAÇÕES BUSCAM ESCALA DA MAIORIA DE SEUS PROJETOS OU PROGRAMAS DESDE A FASE DE PLANEJAMENTO
Verifica-se que 45% das organizações elaboram e planejam a maioria de seus projetos ou programas para ganharem escala, enquanto 15% delas busca escala a partir da observação de seu êxito. Para 9% dos investidores sociais, a escala da maioria de seus projetos ou programas não é uma possibilidade ou prioridade. Apenas quatro organizações indicaram não buscar escala de nenhum de seus projetos ou programas.
Gráfico 23: Organizações por presença de visão de escala para maioria dos projetos ou programas
INSTITUTOS E FUNDAÇÕES INDEPENDENTES E FAMILIARES INCORPORAM MAIS A VISÃO DE ESCALA NO PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DA MAIORIA DOS PROJETOS OU PROGRAMAS
A visão de escala na fase de elaboração e planejamento do projeto ou programa está presente em todos os perfis de investidores, com destaque para institutos e fundações independentes. Enquanto apenas 36% dos institutos e fundações empresariais elaboram e planejam a maioria de seus projetos ou programas para que possam ganhar escala, 61% dos institutos e fundações independentes adotam essa prática.