Relação com OSC
Organizações da sociedade civil (OSCs)/ organizações não governamentais (ONG) /organizações sem fins lucrativos:
Organizações de iniciativa privada que desenvolvem ações de interesse público sem visarem ao lucro e desenvolvem ações relacionadas a territórios, causas ou segmentos populacionais específicos (prestando atendimento, gerando conhecimento, realizando advocacy, etc.). Esse conceito pode ter diversos entendimentos e, por isso, procuramos caracterizá-lo no Censo da melhor forma possível, buscando diferenciar essas organizações de um conjunto mais amplo para melhor compreender a forma de atuação dos investidores sociais privados. Dessa forma, de modo geral, excluem-se desse conceito as organizações que poderiam se enquadrar como OSCs pelo IBGE/IPEA, mas cuja natureza ou atuação as enquadre como instituições acadêmicas, centros de pesquisa, universidades, centros culturais ou museus, associações patronais e profissionais ou outros investidores sociais.
PREVISÃO DE REPASSES FUTUROS A OSC É MAIS CONSERVADORA EM RELAÇÃO A 2018
Gráfico 9: Organizações por intenção de repasse de recursos a OSC (2016 e 2018)
INSTITUTOS E FUNDAÇÕES FAMILIARES PULVERIZAM MENOS AS ORGANIZAÇÕES APOIADAS
Cerca de metade dos respondentes que apoiam OSC (54%) repassa recursos para até 10 OSC. No entanto, no caso de institutos e fundações familiares, essa parcela cresce para 63%. Por outro lado, nenhuma organização desse perfil de investidor apoia mais do que 50 OSC. Entre os demais respondentes, o percentual de organizações que apoia mais de 50 OSC varia entre 8% e 14%.
Gráfico 10: Organizações que apoiam OSC pela quantidade de OSC para as quais repassam recursos e tipo de investidor
Gráfico 11: Proporção de recursos repassados a OSC por tipo de investidor
Grande variação no volume de recursos repassados a OSC
Gráfico 12: Proporção de recursos repassados a OSC via novos mecanismos ou serviços financeiros para o campo
CONFIABILIDADE, TRANSPARÊNCIA E EXPERTISE SÃO CRITÉRIOS CENTRAIS NA SELEÇÃO DAS OSC APOIADAS
É interessante notar que critérios de representatividade e diversidade na equipe das OSC são considerados por apenas 11% dos investidores sociais para definir seu apoio, enquanto a confiabilidade e a transparência das OSC e de seus líderes, o conhecimento e a expertise nos temas e causas e sua capacidade de articulação com redes e outros atores são critérios preponderantes para mais da metade dos respondentes.
Gráfico 13: Organizações por critérios utilizados para selecionar OSC apoiadas
CRESCE A COMPREENSÃO DE QUE O FORTALECIMENTO DA SOCIEDADE CIVIL BRASILEIRA É PARTE DA FINALIDADE DO INVESTIMENTO SOCIAL
Em relação aos motivos para apoiar OSC, a parcela de investidores sociais que reconhece como parte de sua estratégia o apoio a organizações que têm legitimidade para atuar com temas ou grupos sociais de seu interesse diminuiu de 65%, em 2014, para 39%, em 2018. Mais da metade dos respondentes (51%) aponta que seus projetos ou programas contam com OSC para operacionalizá-los e implementá-los nos contextos e territórios prioritários.
Chama a atenção o fato de que o percentual de respondentes que compreende que é parte da finalidade do investimento social contribuir para o fortalecimento e a sustentabilidade das OSC cresceu de 21%, em 2014, para 36%, em 2018. Por outro lado, o percentual de investidores sociais que reconhecem como parte de sua estratégia apoiar organizações que influenciam políticas públicas ou realizam controle social diminuiu de 18%, em 2016, para 10% em 2018, enquanto manteve-se estável em 10% a proporção de respondentes cuja estratégia incorpora o apoio a OSC que defendem causas ou grupos sociais que outros não estão dispostos a apoiar.
Em relação ao tipo de investidor, ao contrário de 2016, o percentual de respondentes que considera como parte da finalidade do investimento social contribuir para o fortalecimento da sociedade civil no Brasil e a sustentabilidade de OSC é maior entre empresas (47%) e institutos e fundações empresariais (36%) e menor entre institutos e fundações independentes (33%) e familiares (31%). Também em comparação com 2016, a parcela de empresas que acredita que é parte de sua estratégia apoiar organizações que influenciam políticas públicas ou realizam controle social diminuiu de 23% para 6%. Essa tendência de queda nesse motivo – ainda que menos acentuada – pode ser observada também nos demais perfis de investidores.
Gráfico 14: Organizações por dois principais motivos para apoiar OSC (2014, 2016 e 2018)
MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DE IMPACTO SÃO AS DIFICULDADES MAIS MENCIONADAS PARA APOIAR OSC
Cerca de 11% dos investidores sociais não enfrentam dificuldades para apoiar OSC. No entanto, a mensuração do impacto dos projetos ou programas foi apontada como barreira por 36% dos respondentes, a fragilidade na gestão e a baixa eficiência de OSC, por 22%, e a dificuldade de monitorar e avaliar iniciativas de OSC, por 14%.
Entre empresas, o percentual de investidores sociais com dificuldades de mensurar o impacto de projetos ou programas desenvolvidos por OSC chega a 65%; entre institutos e fundações independentes e familiares, esse percentual corresponde a 28%.
Gráfico 15: Organizações por duas principais dificuldades para apoiar OSC
É possível perceber similaridades entre a percepção de dificuldades em apoiar e os motivos indicados para não apoiar OSC. Para as organizações que não apoiam, foi perguntado por quais motivos e 14% dos respondentes afirmam que os projetos ou programas apresentam maior eficiência se executados diretamente, 11% sinalizam restrições orçamentárias e 5% mencionam dificuldades de mensurar o impacto das ações realizadas. Uma parcela relevante de respondentes (11%) aponta outras motivações, principalmente razões mais conectadas ao fato de não ser parte de sua estratégia apoiar OSC.