Distribuição de recursos e repasses para terceiros
CRESCE A PROPORÇÃO DE INVESTIMENTO EM PROJETOS DE TERCEIROS
Ao investigar a distribuição orçamentária total dos respondentes do Censo GIFE 2018, nota-se que, apesar da execução direta de projetos próprios ainda ser preponderante em volume financeiro, os investimentos em projetos de terceiros cresceram de 21% para 35% de 2016 para 2018, quando atingiram a proporção mais alta da série histórica. Nos valores direcionados para terceiros estão incluídos tanto repasses para OSC, quanto para universidades e instituições acadêmicas, órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, além de negócios de impacto, entre outros atores. É importante pontuar que o aumento na proporção de recursos destinados para projetos de terceiros independe da mudança na base de respondentes do Censo, pois, quando mantida a mesma amostra de organizações para os dois últimos Censos, também é observado um crescimento, chegando a 33% em 2018.
Gráfico 3: Volume de investimento total por tipo de despesa orçamentária (2011, 2014, 2016 e 2018)
EMPRESAS SÃO AS ORGANIZAÇÕES QUE MAIS INVESTEM EM PROJETOS DE TERCEIROS
Gráfico 4: Volume de investimento total por tipo de despesa orçamentária e tipo de investidor
Combinando as perguntas sobre estratégia de atuação e sobre distribuição dos recursos, o GIFE adota um critério de classificação dos respondentes que busca delimitar perfis ainda mais claros de investidores sociais quanto a possíveis estratégias de operação de projetos ou programas. A partir dessa combinação, são definidos três perfis de atuação para as organizações:
AUMENTAM OS INVESTIDORES SOCIAIS COM PERFIL FINANCIADOR
Entre 2011 e 2018, houve queda na parcela de investidores sociais com perfil híbrido (de 52% para 38%) e simultâneo aumento na proporção de organizações essencialmente financiadoras (de 15% para 23%). Os respondentes essencialmente executores que, em 2011, correspondiam a 32% do total de organizações, atingiram seu ápice em 2016, quando chegaram a representar 43% dos investidores sociais, mas, em 2018, esse percentual caiu para 40%.
Gráfico 5: Organizações por forma de atuação (2011, 2014, 2016 e 2018)
Gráfico 6: Organizações por forma de atuação e tipo de investidor (2016 e 2018)
As análises anteriores consideraram organizações com forte predominância (acima de 90%) de financiamento ou execução. Entretanto, ao refazer o critério de divisão dos respondentes, deixando em 70% a linha de corte para dividi-los por forma de atuação, obtém-se 50% de organizações mais dedicadas à execução e 33% ao financiamento. Isso demonstra que, apesar do incremento significativo de repasses para terceiros em 2018, o caráter de maior dedicação à execução ainda prevalece em todos os perfis de investidores sociais, exceto empresas.