Filantropia colaborativa

Pela primeira vez, o Censo GIFE abordou o tema da filantropia colaborativa. Apesar de envolver práticas e dinâmicas já desenvolvidas no investimento social, o conceito é recente e sua compreensão ainda está em construção no campo, de modo que a análise aqui desenvolvida é uma primeira aproximação ao tema, que será refinada e aprofundada nas próximas edições do Censo.


O PRINCIPAL FORMATO COLABORATIVO É O APORTE CONJUNTO DE RECURSOS ENTRE INVESTIDORES SOCIAIS POR MEIO DE REDES, COALIZÕES E ALIANÇAS

As principais tendências de formatos e arquiteturas colaborativas nas organizações são o aporte de recursos com outros investidores sociais por meio de redes, coalizões e alianças (realizado por 59% dos respondentes), o coinvestimento em iniciativas ou organizações novas ou existentes (50%) e o aporte de recursos em parcerias com diversos tipos de atores (44%). Já arquiteturas relacionadas ao financiamento de financiadores e ao aporte de recursos em iniciativas com blended finance são as estratégias com maior espaço para crescer no campo do investimento social.            

INICIATIVAS DE ENFRENTAMENTO DA COVID-19 IMPULSIONARAM VARIADOS FORMATOS DE FILANTROPIA COLABORATIVA

Os formatos de filantropia colaborativa analisados foram desenvolvidos, tanto em iniciativas relacionadas aos impactos da pandemia, quanto nos arranjos usados para as iniciativas em geral. Das arquiteturas de colaboração observadas, a mais usada pelas organizações foi a realização do aporte conjunto de recursos por meio de redes e alianças, que ocorreu, preponderantemente, nas iniciativas voltadas à Covid-19 (40%).

A influência das ações relacionadas aos impactos da pandemia é proporcionalmente mais relevante em formatos ainda incipientes, como o financiamento de financiadores e a realização de financiamento coletivo (crowdfunding), uma vez que grandes parcelas das experiências nesses arranjos se deram em iniciativas da Covid-19.

Gráfico 5.23 –  Organizações por formatos de filantropia colaborativa usados

Além dos formatos colaborativos que envolvem recursos financeiros (filantropia colaborativa), os respondentes atuaram juntos de outras maneiras, entre si e com outros investidores sociais privados. Os arranjos mais presentes de colaboração sem envolver recursos financeiros foram a promoção de networking ou outras atividades de articulação (66%) e o aporte ou recebimento de know-how, métodos, experiências e competências estratégicas (56%). O último, no caso específico de iniciativas de enfrentamento da Covid-19, foi o mais presente (realizado por 25% dos respondentes). A cessão ou o recebimento de equipamentos, recursos tecnológicos e produtos é o tipo de colaboração que, proporcionalmente, mais sofreu influência das iniciativas relacionadas à pandemia (21% diante de 12% das iniciativas em geral).

Gráfico 5.24 –  Organizações por outros formatos de colaboração com outros investidores sociais (sem envolvimento de recursos financeiros)

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