Alinhamento com políticas públicas

As principais estratégias de alinhamento com políticas públicas foram: desenvolvimento de métodos ou tecnologias sociais a serem incorporados às políticas públicas, contribuição com a produção de conhecimento para auxiliar a elaboração de políticas ou a gestão pública e desenvolvimento de ações de formação de gestores/as ou servidores/as públicos/as (incluindo participação em eventos formativos e formação técnica ou preparação emocional) – apoiadas, cada uma delas, por 42% dos respondentes.

ADVOCACY PARA INFLUENCIAR POLÍTICAS PÚBLICAS GANHA FORÇA ENTRE INVESTIDORES SOCIAIS

Ações de advocacy para influenciar políticas públicas foi a estratégia que teve maior ampliação na quantidade de organizações que a realizam, quando comparado a 2018 (aumento de 12 pontos percentuais). Também se tornaram mais presentes em 2020, em relação a 2018, a priorização do desenvolvimento de iniciativas inovadoras com foco na solução de desafios de políticas públicas (acréscimo de 10 pontos percentuais) e a gestão e execução de projetos sociais do poder público (9 pontos). Ainda que siga relevante, houve recuo na estruturação de iniciativas próprias ou de terceiros com foco em políticas públicas setoriais ou dirigidas a segmentos populacionais específicos (diminuição de 6 pontos).

Gráfico 5.10 – Organizações por tipo de alinhamento com políticas públicas (2018 e 2020)

A ESFERA MUNICIPAL SEGUE COMO A MAIS FREQUENTE NAS AÇÕES DOS INVESTIDORES SOCIAIS DE APROXIMAÇÃO COM POLÍTICAS PÚBLICAS

As organizações respondentes atuaram em todos os níveis federativos, mas a esfera municipal foi a que mais investidores sociais (65%) se aproximaram em 2020. Ainda que haja grandes parcelas de respondentes atuando nos estados e na federação, a análise mostra que é praticamente nula a aproximação exclusiva com esses níveis: a maior parte das organizações se aproximou deles de modo articulado à atuação na esfera municipal (como verificado em 58% das organizações). 

Em comparação com os dados de 2018, percebe-se um crescimento da tendência de aliar a articulação com diferentes esferas públicas, já que diminuiu a atuação exclusiva no nível municipal (passando de 13% em 2018 para 5% em 2020) e aumentou em 20 pontos percentuais a parcela de respondentes que se aproximaram da municipalidade e de outro nível simultaneamente.

Gráfico 5.11 – Organizações por aproximação com políticas públicas em cada esfera federativa

Na esfera federal, um maior número de organizações afirma não ter havido alinhamento por motivos diversos (não relacionados à Covid-19) quando comparado aos demais níveis (12%), enquanto, em âmbito municipal, essa situação é menos presente (4%). Nos municípios, uma parcela significativa de respondentes considera que a aproximação se deu com maior intensidade por causa da Covid-19 (24%).

POUCOS INVESTIDORES SOCIAIS TÊM REPRESENTATIVIDADE FORMAL EM INSTÂNCIAS PARTICIPATIVAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS

A representatividade formal dos investidores sociais em instâncias participativas de gestão, monitoramento e implementação de políticas públicas é verificada em um grupo pequeno de organizações (33%), e é irrisória nos âmbitos estadual e federal (não passando de 4% e 2%, respectivamente, no caso de instâncias no tema de criança e adolescente). Na esfera municipal, a participação formal dos respondentes aumenta, com destaque aos temas de criança e adolescente (10%), educação (8%), juventude (7%) e meio ambiente (7%).

Gráfico 5.12 – Organizações por representatividade formal em instâncias participativas de políticas públicas (por esfera de governança)

Em relação à incidência sobre a criação, a manutenção e a consolidação de políticas públicas, práticas e processos para a promoção e garantia de direitos (advocacy), cerca de um terço das organizações buscou atuar direta ou indiretamente no tema – isso é, via iniciativas próprias ou por meio de apoio a terceiros (27% e 31%, respectivamente). Não incidiram em políticas públicas 65% das organizações, seja porque não desenvolveram estratégia alguma de alinhamento (25%), seja porque não realizaram ações de advocacy especificamente (40%).

INSTITUTOS, FUNDAÇÕES E FUNDOS FILANTRÓPICOS FAMILIARES E INDEPENDENTES BUSCARAM INCIDIR MAIS EM POLÍTICAS PÚBLICAS

Especificamente no caso de Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Familiares e Independentes, parcelas mais elevadas de organizações realizaram ações de advocacy, tanto com iniciativas próprias (46% e 53%, respectivamente) quanto por meio de apoio a terceiros (50% e 58%, também respectivamente).

Gráfico 5.13 – Organizações por intenção de incidir em políticas públicas para a promoção e garantia de direitos (total e por tipo de investidor)


DESCONTINUIDADE EM FUNÇÃO DE MUDANÇAS POLÍTICAS E MOROSIDADE DA GESTÃO PÚBLICA SÃO AS PRINCIPAIS DIFICULDADES IDENTIFICADAS PELAS ORGANIZAÇÕES NA APROXIMAÇÃO COM POLÍTICAS PÚBLICAS

Dentre os investidores sociais que adotaram estratégias de aproximação ou alinhamento com políticas públicas, é pequena a parcela dos que não encontraram nenhum tipo de dificuldade (5%) – e ficou ainda menor em comparação a 2018 (redução de 4 pontos percentuais). As dificuldades identificadas por mais organizações continuam sendo a descontinuidade nas iniciativas devido a mudanças políticas (27%) e a morosidade da gestão pública (26%).

Gráfico 5.14 – Organizações por três principais dificuldades na aproximação com políticas públicas

No caso dos Associados GIFE que não tinham estratégias de aproximação com políticas públicas, as principais razões apontadas foram o receio de descontinuidade nas iniciativas devido a mudanças políticas (7%); intenção de evitar possíveis impactos negativos de imagem ao se associar com o poder público (5%); e morosidade da gestão pública/ diferença nos tempos de execução entre poder público e setor privado (5%).

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