Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Empresariais são mais da metade das organizações (54%). A participação de Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Familiares alcançou estabilidade nesta edição (20%) - interrompendo a curva de crescimento observada nas últimas edições do Censo GIFE.
Em 2020 o montante total investido foi de R$5,3 bilhões - aumento de 53% em relação a 2018. O grande crescimento no volume de recursos teve forte influência da atuação das organizações no enfrentamento dos efeitos da Covid-19. As organizações realizam aportes individuais variados: enquanto 39% investiram até R$ 6 milhões, 20% investiram mais de R$ 20 milhões.
50% das organizações atuaram de forma híbrida, desenvolvendo iniciativas com terceiros ou próprias. Contudo o volume de investimentos em apoio a terceiros cresceu de 35% para 47% entre 2018 e 2020, maior percentual da série histórica do Censo GIFE, alcançando o montante de R$ 2,5 bilhões.
A avaliação de iniciativas desenvolvidas é amplamente difundida entre investidores sociais (82% a realizam), enquanto a avaliação institucional é menos frequente: 64% dos respondentes a adotam.
Entre os objetivos que mais orientam as estratégias de comunicação dos investidores sociais se destacam: dar visibilidade às iniciativas (92%), sensibilizar para causas (87%) e garantir maior transparência às iniciativas (83%).
88% dos Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos contam com conselho deliberativo constituído. A diversidade na composição dos conselhos têm aumentado nos últimos anos, contudo a população feminina e negra ainda segue sub-representada - por exemplo o percentual de organizações que tem a presença de pardos no conselho avançou apenas 4 pontos percentuais e de pretos 2 pontos percentuais de 2018 para 2020.
As principais tendências de formatos e arquiteturas colaborativas das organizações são o aporte de recursos com outros investidores sociais por meio de redes, coalizões e alianças (59%), o coinvestimento em iniciativas ou organizações novas ou existentes (50%) e o aporte de recursos em parcerias com diversos tipos de atores (44%).
72% dos investidores sociais tem estratégia de aproximação ou alinhamento com políticas públicas. Sobre essas ações a esfera municipal foi a que mais organizações (65%) se aproximaram em 2020. Contudo nota-se uma tendência em aliar a articulação com diferentes esferas públicas, dado que a atuação exclusiva com o nível municipal diminui de 13% em 2018 para 5% em 2020.
A compreensão acerca da importância do fortalecimento institucional das organizações da sociedade civil (OSC) segue crescendo entre os investidores sociais. O apoio institucional para OSC, sem vinculação com iniciativas, foi realizado por 47% das organizações em 2020.
São Paulo segue sendo o estado com maior número de iniciativas do investimento social (38%), seguida de Rio de Janeiro (15%) e Minas Gerais (14%). De forma semelhante à edição de 2018, a Bahia aparece em 4º lugar com 11%. Educação segue como principal área de atuação das organizações (78%), seguida de fortalecimento da sociedade civil (68%) e saúde e bem-estar (65%).
O recorte de público é indicado por todos os investidores sociais como sendo foco de pelo menos uma de suas iniciativas, em especial alguma faixa etária específica.Iniciativas com focos de atuação delimitados por recortes de raça, origem e comunidades tradicionais ainda têm espaço para crescer entre investidores sociais, dado que 51% das organizações ainda não tem nenhuma iniciativa que tenha esses públicos como foco.
A atuação em outras áreas se ampliou fortemente no contexto de enfrentamento da crise do novo coronavírus (Covid-19), com destaque para as áreas de proteção, assistência e desenvolvimento social (incluindo o combate à pobreza e à fome) - 75% e saúde e bem-estar (63%).
Entre as iniciativas de enfrentamento dos efeitos da Covid-19 (305) promovidas pelos investidores sociais as subáreas com maior atuação foram segurança alimentar (31%) e higiene e prevenção (27%).