Tipo de atuação do investimento social

Com a intenção de propor um tipo de classificação dos investidores sociais de acordo com a maneira como atuam e operam suas iniciativas, o GIFE adota uma definição que combina duas dimensões – estratégia de atuação e distribuição de recursos –, que resultam em três diferentes formas de atuação: essencialmente executor, essencialmente financiador e híbrido.


A ATUAÇÃO HÍBRIDA PREVALECEU ENTRE INVESTIDORES SOCIAIS, MAS RECURSOS PARA TERCEIROS AUMENTARAM

Em 2020, metade (50%) dos respondentes do Censo GIFE foram classificados como híbridos, 34% como essencialmente executores e 16%, essencialmente financiadores. Esse cenário chama a atenção para o crescimento acentuado na parcela de organizações híbridas (12 pontos percentuais) em relação a 2018, rompendo com a tendência de diminuição desse tipo de atuação verificada nos anos anteriores. Enquanto isso, respondentes essencialmente executores seguem a tendência de diminuição dos últimos quatro anos (variação negativa de 6 pontos percentuais). Já os essencialmente financiadores, que chegaram a aumentar entre 2016 e 2018, diminuíram em 7 pontos percentuais em 2020. Porém, como se verá mais adiante, as organizações destinaram o mais alto percentual de recursos da série histórica do Censo GIFE para terceiros, o que mostra que, entre investidores sociais, os híbridos alocaram mais recursos para terceiros do que para projetos próprios. 

Gráfico 3.1 – Organizações por tipo de atuação (2014, 2016, 2018 e 2020)

CRESCIMENTO DE HÍBRIDOS É MAIS ACENTUADO ENTRE INSTITUTOS, FUNDAÇÕES E FUNDOS FILANTRÓPICOS EMPRESARIAIS E INDEPENDENTES

O aumento na parcela de organizações classificadas como híbridas, comparada ao Censo 2018, foi maior entre Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Empresariais (17 pontos percentuais) e Independentes (14 pontos). 

Nos primeiros, também se destaca a redução de 12 pontos percentuais no conjunto de respondentes identificados como essencialmente financiadores, de modo similar ao verificado em Empresas (redução de 15 pontos percentuais). Nos Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Familiares e Independentes, houve aumento desse tipo de atuação (7 e 4 pontos percentuais, respectivamente).

A atuação essencialmente executora aumentou apenas entre Empresas (15 pontos percentuais), com quedas importantes nos demais grupos – em especial no caso das organizações Independentes e Familiares (diminuição de 18 e 10 pontos percentuais, respectivamente).

Gráfico 3.2 – Organizações por tipo de atuação e de investidor (2020 e variação em relação a 2018)


Segmentando as organizações em mais faixas de distribuição de recursos para observar o destino da maior parte dele, cerca de metade (49%) dos investidores sociais repassa somente até 30% de seus recursos a terceiros, enquanto aproximadamente um quarto é mais financiador, destinando mais de 70% de seus recursos a terceiros. Esse dado permite um olhar mais preciso em relação aos diferentes arranjos que podem ser abarcados pela categoria híbrida. O caso de Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Independentes é um ótimo exemplo, já que é o único tipo de investidor com maior número de organizações mais financiadoras do que executoras (43% delas, enquanto as mais executoras somam 37%). Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Empresariais continuam sendo o tipo de investidor com maior parcela de respondentes mais executores (56%), mantendo o patamar próximo verificado na última edição (55%).

Gráfico 3.3 – Organizações por faixas de recursos repassados a terceiros (total e por tipo de investidor)




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