Formas de atuação

INVESTIDORES SOCIAIS ADOTAM FORMAS DE ATUAÇÃO DIVERSIFICADAS EM SUAS INICIATIVAS, COM DESTAQUE PARA AS RELACIONADAS À MOBILIZAÇÃO E ARTICULAÇÃO DE ATORES

As três formas de atuação mais significativas em iniciativas continuam sendo ações de mobilização, conscientização e articulação (a mais utilizada, em 78% das organizações e em 39% das iniciativas), articulação e fortalecimento de redes (73% e 32%) e fortalecimento de organizações, grupos, comunidades e movimentos sociais (67% e 28%). 

Na comparação com os dados do último Censo GIFE, quando analisadas as formas de atuação por organização, houve aumento da parcela de respondentes em quase todas as alternativas, indicando a ocorrência de uma diversificação desde então. Por outro lado, na comparação por iniciativa, houve diminuição em todas as formas de atuação (salvo em dois casos). Ou seja, ainda que várias formas de atuação tenham sido mais utilizadas pelas organizações, é provável que, em geral, cada iniciativa tenha sido mais direcionada a poucas formas de atuação.

Gráfico 3.12 – Organizações e iniciativas por formas de atuação


Pela primeira vez, o Censo GIFE aprofundou a análise sobre a estratégia de atuação por meio de portfólio de doações.


INSTITUTOS, FUNDAÇÕES E FUNDOS FILANTRÓPICOS INDEPENDENTES UTILIZAM MAIS PORTFÓLIOS DE DOAÇÕES EM SUA ATUAÇÃO

Gráfico 3.13 – Organizações por adoção de portfólio de doações


A maior parte dos programas de doação já existia, mas sofreu algum tipo de adaptação no contexto de pandemia. Em 35% deles, houve alteração no objetivo ou no conteúdo para que pudesse contribuir com o enfrentamento dos efeitos da Covid-19. Em 43%, a proposta original foi mantida, mas houve ajustes para viabilizar sua operacionalização no contexto de distanciamento social.


parcela que chega a 93% no caso de portfólios de doações de Empresas. Já Institutos, Fundações e Fundos Filantrópicos Independentes são o tipo de investidor que tem portfólios de doações com orçamentos mais altos: 39% são superiores a R$ 2 milhões (enquanto, no total de respondentes, essa parcela é de 24%).

Gráfico 3.14 – Portfólios de doações por faixas de orçamento

INVESTIDORES SOCIAIS REALIZARAM 1.125 DOAÇÕES POR MEIO DE SEUS PORTFÓLIOS EM 2020, ENVOLVENDO O APOIO A 1.104 ORGANIZAÇÕES

A maior parte dos programas de doações realizou um número pequeno de doações (60% fizeram até 10 repasses em 2020) e tiveram até 10 organizações donatárias (62%). Ao comparar número de doações (grantse organizações apoiadas (grantees), em todas as faixas as proporções são próximas. Nas faixas mais altas, porém, há uma diferença significativa: enquanto 24% das iniciativas realizaram mais de 20 repasses, apenas 16% dos programas de doação beneficiaram mais de 20 organizações.

Gráfico 3.15 – Portfólios de doações por quantidade de doações e de organizações apoiada


PORTFÓLIOS DE DOAÇÕES TENDEM A REALIZAR APOIOS DE CURTO PRAZO

Os programas de doação, em geral, realizam repasses de curto prazo (até 15 meses).

Gráfico 3.16 – Portfólios de doações por tempo médio de duração das doaçõe



A CRISE CAUSADA PELA COVID-19 INFLUENCIOU PRÁTICAS E PROCESSOS DAS ORGANIZAÇÕES, EM ESPECIAL NA INCORPORAÇÃO DE DINÂMICAS E FERRAMENTAS DIGITAIS E NA ATENÇÃO ÀS QUESTÕES HUMANITÁRIAS

Para a maioria das práticas e processos analisados pelo Censo GIFE, houve mudanças em função da crise decorrente da pandemia, sendo generalizada a incorporação ou ampliação do trabalho remoto, uso de ambiente virtual e de tecnologias e ferramentas digitais para operação de iniciativas, relacionamento com parceiros e gestão das iniciativas apoiadas (98%). A maior parte das organizações (76%) considera que essas alterações permanecerão após a pandemia. Também se destaca um novo olhar para ações de ajuda humanitária, indicado por 82% dos respondentes – todavia, essa é uma alternativa que uma alta parcela dos investidores sociais (28%) considera limitada ao enfrentamento dos efeitos da Covid-19 e que não deve permanecer depois disso.

Gráfico 3.17 – Organizações por influência da crise da Covid-19 nas alterações de processos e práticas de iniciativa