Ambiente de atuação
Os últimos anos foram marcados por intensos acontecimentos nos contextos brasileiro e mundial, incluindo, entre muitos outros aspectos, mudanças governamentais, retrocessos em políticas públicas, crises políticas e econômicas, catástrofes ambientais, avanço dos efeitos da emergência climática, uma pandemia com implicações sanitárias, psicológicas, econômicas e sociais sem precedentes, e, por outro lado, ampliação da atenção a agendas de equidade e enfrentamento de violências contra grupos de minorias. Com tudo isso ocorrendo, esta seção busca captar a percepção geral dos respondentes em relação ao ambiente em que estavam inseridos nos últimos dois anos e à influência de sua atuação no campo de investimento social, bem como suas perspectivas para o futuro.
NA PERCEPÇÃO DE INVESTIDORES SOCIAIS, O AMBIENTE DE ATUAÇÃO PIOROU MAIS PARA AS ORGANIZAÇÕES PARCEIRAS (38%) E PARA O CAMPO EM GERAL (37%) DO QUE PARA SI PRÓPRIOS (18%)
Assim, a melhora do ambiente de atuação é mais fortemente associada ao ambiente de organizações de investimento social (45%) do que ao de organizações apoiadas ou parceiras (32%).
Gráfico 1.9 – Organizações por alteração no ambiente de atuação (2019-2020)
O Censo GIFE 2020 também investigou quais foram as principais mudanças (para melhor ou pior) no ambiente de atuação na percepção de investidores sociais.
Gráfico 1.10 – Organizações por alterações em temas específicos do ambiente de atuação (2019-2020)
PARA 91% DOS INVESTIDORES SOCIAIS, A PERCEPÇÃO SOBRE O AMBIENTE DE ATUAÇÃO FOI INFLUENCIADA PELA CRISE CAUSADA PELA COVID-19
Gráfico 1.11 – Organizações por percepção de influência da crise causada pela Covid-19 em alterações no ambiente de atuação
Os temas que os respondentes acreditam ter sofrido mais influência dos efeitos do novo coronavírus (Covid-19) estão entre os apontados como os que tiveram mais alterações (para pior ou melhor) nos últimos dois anos. Ainda assim, há diferença entre as percepções de melhora ou piora e a influência dos efeitos da crise da Covid-19. Nos temas espaço e representação na mídia e parcerias e redes, a percepção de influência dos efeitos da crise de Covid-19 é maior entre os que consideram que esses aspectos melhoraram nos últimos anos. Já no tema sustentabilidade financeira, 79% dos que apontaram que houve piora nesse aspecto indicaram ter havido influência da pandemia, enquanto apenas 36% dos que indicaram que houve melhora apontaram essa influência.
O AMBIENTE DE ATUAÇÃO INFLUENCIA O PLANEJAMENTO DOS INVESTIDORES SOCIAIS
59% dos respondentes afirmam que repensaram ou fizeram ajustes em suas iniciativas e agendas estratégicas em função de características do ambiente de atuação dos últimos dois anos.
Uma parcela ainda maior (67%) indica levar em conta o contexto de atuação no planejamento de suas ações futuras.
Gráfico 1.12 – Organizações por consideração do ambiente de atuação no planejamento de suas ações
A MAIORIA DOS INVESTIDORES SOCIAIS TEM ENVOLVIMENTO COM PAUTAS ESTRATÉGICAS RELACIONADAS À SUSTENTABILIDADE DAS OSC
Quanto ao interesse em agendas específicas relacionadas à sustentabilidade das organizações da sociedade civil (OSC), o envolvimento dos investidores sociais é maior no que se refere ao Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), 68% dos respondentes, e ao Marco Regulatório das OSC (MROSC, Lei 13.019/2014), 58%, sendo que, em ambas as pautas, o engajamento já se dá há mais de dois anos para 53% e 43% dos respondentes, respectivamente.
Gráfico 1.13 – Organizações por envolvimento com diferentes agendas de sustentabilidade das OSC