Descrição do projeto

Criado em 2004, em estreita relação com os primeiros movimentos de implementação da Lei nº 10.639/03, que versa sobre a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica, o A Cor da Cultura desenvolveu uma série de conteúdos audiovisuais, mobilização de redes, materiais pedagógicos e formação de educadores em 170 municípios, de 18 Estados brasileiros, além da distribuição digital dos materiais.

O projeto foi resultado da parceria entre a Fundação Roberto Marinho, por meio do Canal Futura, o Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (Cidan), o Ministério da Educação (MEC), a Fundação Cultural Palmares (FCP) e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), com apoio da TV Globo e patrocínio da Petrobras, além das redes locais estabelecidas em articulação com as secretarias de educação, escolas públicas, universidades e organizações da sociedade civil.

O A Cor da Cultura foi implementado em parceria com 10 instituições formadoras em âmbito nacional: Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar); o Neab da Universidade Federal de Uberlândia; N’Zinga – Coletivo de Mulheres Negras de Belo Horizonte (MG); Odara - Instituto da Mulher Negra, na Bahia; Ação educativa e o Geledés, em São Paulo; o Instituto de Juventude Contemporânea (IJC), no Ceará; o Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Candido Mendes; o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap); e o Instituto de Desenvolvimento Cultural do Terreiro de Mãe Beata (Indec), no Rio de Janeiro.

Em 2009, o projeto foi reconhecido pelo Ministério da Educação/MEC como uma tecnologia educacional.

Nas telas do Futura, o A Cor da Cultura ganhou movimentos, cores, rostos e vozes com os programas:

Livros Animados - voltado para o público infantil, com a ilustração de histórias e estímulo à leitura;

Nota 10 – Especial A Cor da Cultura - com apresentação de práticas pedagógicas inspiradoras no ensino de história e cultura afro-brasileira e africana em sala de aula;

Mojubá - série documental sobre as religiões e religiosidade de matriz africana.

Heróis de Todo Mundo - com a apresentação de personalidades negras fundamentais para a compreensão da história do Brasil.

Um projeto coletivo, fruto da contribuição de professores, estudantes, pesquisadores, intelectuais do movimento negro, mestres da cultura popular, roteiristas, diretores e artistas.

Em 2024, a Fundação Roberto Marinho lança uma nova edição dos materiais do A Cor da Cultura, com a atualização e ampliação do projeto em diálogo com a Lei nº 11.645/08, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), ratificando o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, incluindo, também, a obrigatoriedade do ensino de história e cultura indígena.

Para nós, atualizar significa evocar a memória de um projeto que foi tecido com a contribuição de muitas pessoas e ganhou corpo na interlocução com educadores em diferentes territorialidades pelo Brasil. Evocar a memória do A Cor da Cultura é percorrer as múltiplas identidades da nossa ancestralidade.

A nova edição dos materiais do A Cor da Cultura foi desenvolvida de forma coletiva, em fóruns de escuta e conteúdo, que deram origem à proposta editorial do kit pedagógico do projeto. Além disso, cerca de 50 consultores participaram diretamente na elaboração dos conteúdos trazendo a diversidade de perspectivas, territorialidades e práticas para os materiais. São modos de ver, modos de sentir, modos de fabular, modos de brincar, modos de interagir que produzem movimentos e leituras de mundo para o valores civilizatórios afro-brasileiros e indígenas.

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