Descrição do projeto

Pessoas, acima de 18 anos, incluídas produtivamente na área de alimentação, via empregabilidade formal ou empreendedorismo, e reinseridas socialmente a partir de novos recomeços com mudanças positivas de vida é o impacto pretendido para este projeto. A proposta é ofertar formação na área da cozinha (capacitação profissional) para 20 (vinte) indivíduos adultos, sem delimitação de gênero, residentes no município de Campinas, com prioridade à população do território dos Distritos de Sousas e Joaquim Egídio, que se encontra em situações de vulnerabilidade social e exclusão do mundo do trabalho. Condições estas, que acabam agravando o aumento da pobreza, violência e criminalidade, e que provocam maior incidência de doenças físicas e problemas psicológicos, como depressão e ansiedade, que afetam as relações familiares e comunitárias.

Os Distritos de Sousas e Joaquim Egídio, localizados na Região de Vulnerabilidade (REVS) 1, possuem alguns bairros criados por meio de ocupações irregulares, que retratam a vida de uma população inferiorizada que habita áreas não só com condições precárias de domicílio, mas também com outros fatores de riscos sociais como fome e violência, que se associam diretamente aos fatores de vulnerabilidade econômica provocados pelo desemprego ou baixa renda familiar. A incapacidade protetiva, nestas comunidades, é bastante intensa, provocando a privação das necessidades mais básicas para a manutenção da sobrevivência humana.

Em contrapartida, estes Distritos oferecem uma boa infraestrutura para o turismo, com excelentes opções gastronômicas, que mantém a tradição dos seus famosos festivais gastronômicos nas praças, atendendo desde quem busca um bar com mesas na calçada, até restaurantes de alta gastronomia, com assinatura de chefs, que acabam por oferecer grandes possibilidades de contratações neste ramo, mas que carecem de mão de obra qualificada.

Para contribuir com a transformação das condições de vida e, por conseguinte, contribuir para a redução das desigualdades sociais existentes nestes territórios, é fundamental investir na inclusão produtiva, possibilitando o acesso a um dos direitos sociais que lhe são assegurados. E o objetivo deste projeto é proporcionar formação/capacitação profissional na área de alimentação e incluir pessoas produtivamente no mundo do trabalho ou fortalecer o empreendedorismo, por meio de metodologias adequadas ao perfil dos beneficiários, com uma linguagem facilitada por profissionais qualificados, que compartilharão suas experiências e conhecimentos para ajudá-los a se prepararem para uma carreira neste setor.

Como proposta para gerar o impacto pretendido, o projeto está pensado para dois anos de execução, com a formação de duas turmas de beneficiários, Turma I – 2023 e Turma II – 2024, que vivenciarão a mesma trilha formativa em doze meses, estruturado em dois componentes técnicos, cruciais para o alcance dos objetivos do projeto. O primeiro é “Preparando”, que terá como foco as qualificações básicas requeridas para o trabalho em uma cozinha de restaurante, com técnicas para o preparo de alimentos, estocagem de alimentos e outros, além de técnicas de atendimento ao público (garçom) ou para uma ação de empreendedorismo; já o segundo “Futuro”, está ligado ao que há de vir, composto por oficinas, para que desenvolvam e aperfeiçoem habilidades socioemocionais que lhes ajudarão nas iniciativas profissionais e pessoais futuras. As estratégias do projeto vão criar oportunidades para o compartilhamento de experiências e saberes, sempre com o propósito de fazer com que se conectem com a sua identidade, família, comunidade e território, de maneira a ampliar e a fortalecer fatores positivos de protagonismo, autonomia e criatividade. Todo material produzido nas capacitações e oficinas realizadas, será uma forma de perenizar os resultados deste projeto.

Dentre as ações de parcerias, as articulações com as políticas locais de fomento ao trabalho, bem como a oferta de informações sobre oportunidade de vagas de trabalho, serão utilizadas como estratégias. Por ser este um dos maiores desafios do projeto, já que é impossível garantir uma vaga de trabalho, será necessária uma articulação focal com organizações locais de empregadores e com grupos de empresas ou associações para aumentar as possibilidades de empregabilidade.

Conectando o público beneficiário com oportunidades concretas de empregos promissores ou para empreender, a inclusão produtiva prevê uma sustentabilidade individual de cada participante, mas a equipe fará o acompanhamento individualizado do público beneficiário, tanto das pessoas que conseguiram como das que ainda estarão tentando um emprego ou abrir o seu próprio negócio, mesmo após o término do projeto. Investir no “Preparando o Futuro”, é apostar no poder transformador e libertário do trabalho para as pessoas e para a sociedade.