Descrição do projeto
Quem São: Aulas gratuitas de tranças barbearia e penteados afro periféricos, essas profissões são ensinadas para os moradores da região do Jd São Luiz que não têm condições de pagar um curso e querem ingressar nesse ofício. No início em 2017 eram atendidas mulheres que estavam no processo de transição capilar com tranças, atendimentos terapêuticos e rodas de conversa; era como um dia de princesa com roupas, make, cabelo, bijuterias. Passaram a ser atendidas também mulheres trans e em situação de rua. Na medida do possível eram arrecadados mantimentos para as famílias envolvidas. Programas: (i) Mente Sadia: Eventos de penteados que incluem rodas terapêuticas com psicólogas e atendimentos fixos em consultas para 12 moradores da região; (ii) Segurança Alimentar: Entrega e distribuição de cestas básicas para famílias da região; Cozinha Trançamor, distribue almoço e jantar para famílias da região e pessoas em situação de rua; (iii) Qualificação Profissional: Aulas de Barbearia, tranças, dreads e penteados afro periféricos. Essas ações continuam em atendimentos específicos na pandemia para mais de 500 famílias com cestas básicas, crédito no mercadinho, pagamentos de aluguéis, gás, ajudas de custo e máscaras. Nesta fase 10 famílias recebem atendimento terapêutico gratuito on line, mantimentos e kit máscara pelo período de 4 meses. As psicólogas são moradoras da periferia e recebem o valor integral pelas consultas. São entregues quentinhas, marmitex, água, máscaras e cobertores para famílias cadastradas e para 100 pessoas em situação de rua em 3 pontos da região sul, que não são as mesmas por não estarem sempre nos mesmos locais. Abrimos nossa cozinha onde fazemos o marmitex, parte das cozinheiras recebe ajuda de custo e parte são voluntárias. Onde Atuam: O projeto TrançAmor atua com o trançando novas possibilidades no espaço cedido pelo Nego Barbearia, na rua Manuel Vieira Sarmento, bairro do Chácara Santana, Jd. São Luiz; Wokshops e Vivências Estúdio Bragas, na rua Expedito de Oliveira Santos, Pq Sto Antônio, SP e Josyas Barbeshop, na rua Mateus Martins do Prado, Pq Guarapiranga, vizinhos da Nego Barbearia onde Trançamor desenvolve as aulas. O Contexto: Neste bairro há um polo cultural, o sarau cooperifa. O local é pacato e a barbearia tem sido um ponto de encontro para bate papo, onde há uma mini biblioteca com livros de autores periféricos e cerveja artesanal feita por mulheres periféricas. A barbearia fica na frente de um CRAS e acaba sendo referência para localização e viabiliza o atendimento a pessoas que vão ao CRAS e não conseguem cesta básica. As mães solo de periferia enfrentam dezenas de dificuldades diárias em múltiplas jornadas e que o empreendedorismo e as capacitações acessíveis têm sido escapes para o acesso à criação de renda. Quanto a pessoas trans, a transfobia no mundo corporativo é latente e as opções para essas pessoas trabalharem são mínimas, logo aos que desejam ingressar no ramo da beleza periférica tem neste ofício a chance de fonte de renda real. O estudo sobre empreendedorismo na periferia de SP em 2019/2020 pela Quintessa e outros, constatou que 61% dos negócios mapeados tem um quadro societário mais feminino com as características da principal fundadora: Mulher, Negra, Jovem adulta 30 a 39 anos. Essas mulheres acessam rede própria, crowdfunding, incubadoras/aceleradoras, institutos/fundações e, por viverem em dupla jornada acessam as incubadoras e associações para programas de capacitação que tenham horários compatíveis com os do trabalho de quem está começando a empreender. Estudoda FGV “Licença-maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil”, mostra que entre brasileiros de 25 e 44 anos a taxa de emprego é de 41% para mães de crianças de até 1 ano, e de 92% quando são pais na mesma situação. Segundo o levantamento, do total de mães pesquisadas entre 2009 e 2012, 48% saíram de seus empregos nos primeiros 12 meses após ter seus filhos. Segundo o Relatório da violência homofóbica no Brasil, publicado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), a transfobia faz com que esse grupo “acabe tendo como única opção de sobrevivência a prostituição de rua”. Estimativa feita pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), aponta que 90% das pessoas trans recorrem a essa profissão ao menos em algum momento da vida. Os levantamentos acima servem para provar o que o projeto TRANÇANDO NOVAS POSSIBILIDADES constata que nossas futuras alunas(os) são pessoas que precisam de um curso e uma profissão que lhes permita ter seu horário agendado para que possam ter tempo hábil para cuidar dos filhos e ter a oportunidade de empreender em uma profissão de fácil aceitação a todo tipo de pessoa como a barbearia e as tranças. A Proposta: Oportunizar e ampliar as possibilidades de geração de renda para mães solo e pessoas trans pretas, nos ofícios de trancistas dread maker e barbearia no viés periférico, buscando resgatar e potencializar questões ancestrais diversas inerentes a estética preta e periférica. Formar mães solo e pessoas trans da periferia na profissão de barbearia e tranças, através de aulas prática, de forma que atenda às necessidades dos alunos referentes a permanência e acesso às aulas. Por isso elas serão majoritariamente práticas, para pessoas que morem perto das aulas na Nego barbearia. É oferecida alimentação e horários para reposição de aulas. Deseja-se que essas pessoas com acesso tão dificultado às profissões no mundo corporativo se encontrem na profissão da estética periférica sabendo da aceitação que essa profissão dá e do dinamismo em trabalhar em datas e horários pré-estabelecidos pelo próprio profissional. Trançamor oferecerá aos alunos experimentações, parcerias e worshops gratuitos em outros salões de cabeleireiro e barbearias. Público Atendido: Mães solo e pessoas trans pretas acima de 18 anos da periferia sul região do Jd São Luiz, Capão Redondo e Jd. Ângela, dispostos a aprender o ofício da barbearia, tranças e penteados afroperiféricos, sejam ou não da área da beleza e almejem estar nesta profissão como empreendedores ou colaboradores de locais já existentes na periferia. Teremos 8 alunos para a formação em barbearia e 4 para tranças e dreads que devem ser moradores do território, estar desempregadas ou, se trabalharem, que estejam recebendo até 2 salários-mínimo.Área temática
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