Temas e foco de atuação

EDUCAÇÃO SEGUE COMO PRINCIPAL ÁREA DE ATUAÇÃO DOS INVESTIDORES SOCIAIS

Antes de perguntar diretamente sobre focos de atuação de projetos ou programas mencionados pelas organizações, o Censo GIFE 2018 pediu aos investidores sociais que indicassem em que áreas temáticas atuam e, em cada uma delas, apontassem se realizam projetos ou programas próprios e/ ou apoiam iniciativas de terceiros. Em uma perspectiva comparada, é interessante notar que a maior parte das organizações tende a realizar projetos ou programas próprios nas áreas de educação (61%), assistência, desenvolvimento social e combate à pobreza e fome (24%), comunicação de causas (23%) e ciência e tecnologia (19%), enquanto, nas demais temáticas, prevalece o apoio a projetos ou programas de terceiros. 

Ainda que esta edição tenha alterado a nomenclatura das áreas temáticas do Censo, utilizadas desde 2001, para atualizá-las frente às compreensões atuais das dinâmicas e desafios socioeconômicos, é possível perceber alguns padrões com edições anteriores da pesquisa. Seguindo uma tendência histórica, educação continua sendo a principal área de atuação de investidores sociais, com 80% das menções. Mais da metade das organizações indicaram também as áreas de trabalho, empreendedorismo e geração de renda (66%), cultura e artes (56%), fortalecimento institucional de OSC (55%) e desenvolvimento local, territorial, comunitário e/ ou de base (54%), que também guardam correlação com as principais áreas temáticas de 2016.

Tabela 1: Organizações por áreas temáticas de atuação (independente de projetos ou programas indicados)


MAIORIA DAS ORGANIZAÇÕES CONCENTRA SEUS INVESTIMENTOS EM ATÉ CINCO PROJETOS OU PROGRAMAS

Ao listarem todos os seus projetos ou programas, as 133 organizações reportaram um total de 932 iniciativas, sendo que mais da metade (56%) dos respondentes apoia ou executa no máximo cinco projetos ou programas. Apenas 5% dos investidores sociais afirmam contar com mais de 20 projetos ou programas em carteira, com destaque para empresas (18%), institutos e fundações familiares (7%) e institutos e fundações empresarias (3%). Já a totalidade de institutos e fundações independentes tem, no máximo, 20 programas ou projetos, o que pode ser explicado por seu perfil mais executor e menos financiador.

Gráfico 1: Organizações por quantidade de projetos ou programas e tipo de investidor


INVESTIDORES SOCIAIS DE PERFIL MAIS EXECUTOR TÊM CARTEIRA DE PROJETOS OU PROGRAMAS MENOR

Os dados sugerem uma correlação entre forma de atuação das organizações e quantidade de iniciativas executadas ou apoiadas. Dentre os associados com perfil essencialmente executor, não constam organizações envolvidas com mais de 20 projetos ou programas. Contudo, 7% das organizações com perfil essencialmente  financiador apoiam ou executam mais de 25 projetos ou programas.

Gráfico 2: Organizações por quantidade de projetos ou programas e forma de atuação*


Organizações podem ter múltiplos focos de atuação, que nem sempre se restringem a uma área temática. As organizações podem entender que seus projetos ou programas têm como objetivo principal não atuar em determinada questão temática, mas transformar territórios específicos e/ou impactar determinados recortes de público. Dessa forma, o Censo GIFE 2018 trouxe uma novidade ao permitir que as 133 organizações respondentes pudessem indicar o foco de seus 932 projetos ou programas em operação, a partir de uma perspectiva tridimensional que considera a área temática, o perfil do público impactado e as características dos territórios onde as iniciativas são desenvolvidas.

Quadro 1: Abordagem tridimensional do foco dos projetos ou programas em operação


A partir desse modelo esquemático, os respondentes indicaram o foco prioritário e complementar de cada um dos seus projetos ou programas em operação, considerando que as organizações podem ter mais de um foco de atuação e que, assim, é necessário observar não só o que é prioritário, mas também com que outras agendas os projetos ou programas querem contribuir.

Quadro 2: Abordagem tridimensional do foco dos projetos ou programas em operação por foco prioritário ou complementar


A ÁREA TEMÁTICA É MAIS PRIORIZADA PELAS ORGANIZAÇÕES DO QUE O PERFIL DO PÚBLICO OU O TERRITÓRIO COMO FOCO DE ATUAÇÃO DOS PROJETOS OU PROGRAMAS

Considerando os focos de atuação prioritários e complementares dos 932 projetos ou programas em operação pelas 133 organizações:


Gráfico 3: Organizações por áreas temáticas específicas indicadas nos projetos ou programas


PROMOÇÃO DE IGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA AINDA NÃO FIGURA COMO FOCO DE PROJETOS OU PROGRAMAS

Gráfico 4: Organizações por perfil de público específico indicado nos projetos ou programas




Gráfico 5: Organizações por territórios específicos indicados nos projetos ou programas


Além de compartilhar informações sobre os focos de todos os seus projetos ou programas em operação, os respondentes também indicaram até três projetos ou programas mais representativos de sua atuação em 2018, compondo outro universo de 369 projetos ou programas, sobre o qual foi possível aprofundar as análises.

EMPRESAS ADOTAM UMA QUANTIDADE MENOR DE ESTRATÉGIAS EM SEUS PROJETOS OU PROGRAMAS MAIS REPRESENTATIVOS EM COMPARAÇÃO COM INSTITUTOS E FUNDAÇÕES FAMILIARES E INDEPENDENTES

Investidores sociais adotam uma diversidade de estratégias para o conjunto de seus projetos ou programas. Quando perguntados sobre estratégias aplicadas em seus projetos ou programas mais representativos, 40% das organizações apontaram de 10 a 15 estratégias diferentes.

Gráfico 6: Organizações por quantidade de estratégias adotadas nos projetos ou programas mais representativos por tipo de investidor*


ESTRATÉGIAS DE ARTICULAÇÃO E FORMAÇÃO SÃO AS MAIS ADOTADAS PELOS INVESTIDORES SOCIAIS

Dentre as estratégias adotadas pelas organizações para projetos ou programas mais representativos, são priorizadas ações de mobilização, conscientização e/ou articulação (74%), de fortalecimento de redes (70%) e de fortalecimento de organizações, grupos e/ou comunidades (70%).

Gráfico 7: Organizações por tipos de estratégias adotadas para projetos ou programas mais representativos


O Censo também buscou aprofundar as análises a respeito de algumas áreas de atuação específicas, explorando como os investidores sociais nelas operam. Quanto à área de educação, enquanto a maior parte dos respondentes (39%) mencionou as subáreas de educação não formal e de educação em temas específicos como as mais frequentes em seus projetos ou programas mais representativos, a menor parte dos investidores sociais (2%) indicou escolas próprias, bem como a educação indígena e quilombola.

Gráfico 8: Organizações por subáreas dos projetos ou programas mais representativos relacionadas à educação


Em relação ao trabalho e à geração de renda, enquanto a maior parte dos respondentes (26%) mencionou o empreendedorismo como tema mais frequente em seus projetos ou programas mais representativos, a menor parte dos investidores sociais (4%) indicou o microcrédito e a equiparação salarial entre homens e mulheres.

Gráfico 9: Organizações por subáreas dos projetos ou programas mais representativos relacionadas ao trabalho, empreendedorismo e geração de renda


Dentre as subáreas relacionadas à defesa de direitos, cultura de paz e democracia, enquanto a maior parte dos respondentes (12%) mencionou o direito das crianças e adolescentes como tema mais frequente em seus projetos ou programas mais representativos, a menor parte dos investidores sociais (2%) indicou a inovação política e os direitos da população carcerária e de jovens em conflito com a lei.

Gráfico 10: Organizações por subáreas dos projetos ou programas mais representativos relacionadas à defesa de direitos, cultura de paz e democracia


Para subáreas relacionadas ao ambiente natural e à sustentabilidade, enquanto a maior parte dos respondentes (11%) mencionou a biodiversidade e o uso eficiente de recursos como temas mais frequentes em seus projetos ou programas mais representativos, a menor parte dos investidores sociais (4%) destacou o tema da energia. Vale destacar que nenhuma organização indicou a pauta de desastres naturais.

Gráfico 11: Organizações por subáreas dos projetos ou programas mais representativos relacionadas ao ambiente natural e à sustentabilidade


Dentre as subáreas relacionadas ao ambiente urbano e à sustentabilidade, enquanto a maior parte dos respondentes (11%) mencionou o tema de cidades sustentáveis como mais frequente em seus projetos ou programas mais representativos, a menor parte dos investidores sociais (5%) destacou os temas de direito à cidade, energia, mobilidade urbana, trânsito e transporte público e poluição.

Gráfico 12: Organizações por subáreas dos projetos ou programas mais representativos relacionadas ao ambiente urbano e à sustentabilidade



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